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domingo, 21 de outubro de 2007

AS CAUSAS SOCIAIS E AS NOVELAS


Creio que o mundo já se habituou a ver nas novelas, além de merchandising a produtos e serviços e reproduções de escândalos reais, a focalização em determinado problema social. Em “Vale Tudo”, novela que retrata uma realidade que se aproxima cada vez mais à de Portugal, falava-se do desemprego, da mão qualificada ficar de fora do mercado de trabalho ou se prestar a serviços muito abaixo das suas capacidades. Falava também da decadência moral e da decadência das instituições. Era mesmo o “Vale Tudo!”.

Creio que muitas novelas, por muito tempo, só trouxeram benesses ao explorarem temas que mexem com a sensibilidade das pessoas. Mas será que não há um outro lado da moeda?

Vou começar pelo caso mais recente: a novela “Páginas da Vida”. Encontrei ontem por acaso, um tópico na net que informava que se tinham feito “bonecas Clarinha”, sendo que se referia à menina com síndrome de Down que entrou na novela. Não estou bem por dentro de tudo o que aconteceu em torno dessa menina, mas confesso que fiquei com um feeling de ter existido um aproveitamento individualista do assunto, ao invés de ser abordado de uma forma que beneficiasse realmente a causa. Merchandising de Clarinha? Com que propósito?

Voltando atrás, devo dizer que um dos momentos mais marcantes de consciência social que me ficou na memória foi através da personagem de Isadora Ribeiro, em “Explode Coração”, que tudo fazia para encontrar um filho desaparecido. Penso que algumas cenas até foram gravadas no meio de mães reais, com cartazes com fotografias dos verdadeiros filhos desaparecidos. Penso que até algumas crianças foram encontradas devido à novela. Isto é que eu chamo de um aspecto bem positivo da influência da novela na realidade. Fiquei contente. Ultimamente porém, tenho sentido que existe mais um aproveitamento, uma espécie de abordagem artificial que não traz nada de novo. E fica a questão: quando a novela sai do ar, o assunto deixa de existir?

Em “De Corpo e Alma”, novela de que não gostei, a doação de órgãos aumentou nos hospitais. A doação de medula óssea também sofreu um acréscimo quando “Camila”, em Laços de Família, descobriu ter leucemia. São exemplos de causa-efeito óbvios. Mas ultimamente, não sei… Em certas cenas que vi em Páginas da Vida, parece um exagero Helena partir para a agressão com alguém, cada vez que essa pessoa se referia á criança como doente. Não é para tanto. Não é com agressão e insulto que se informam as pessoas. Ás tantas não sei, a novela passa a impressão que o correcto é ignorar, ficar na ignorância porque perguntar ofende, e nunca, mas nunca, usar as palavras “doente” ou deficiente”.

Entrámos numa época de “politicamente correcto”. Não se diz que uma pessoa é gorda. Diz-se que é “fisicamente avantajada” (palavras da actriz Sarah Jessica Parker na Oprah, referindo-se à educação que dá ao filho). Não se pode em circunstância alguma fazer referência á cor de pele de alguém, se este for negro e a pessoa que fala não for. Qualquer piada, referência, qualquer inocência, costuma surtir um estado de indignação que faz as pessoas ficar caladas, sem perguntar, sem saber: politicamente correctas! Ora isto é perigoso! Valei-nos as personagens de Lombardi, que ao menos lá chamam os bois pelo nome!

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