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sábado, 3 de novembro de 2007

Por Amor - novela



Há novelas que melhoram com a idade. É o caso de "Por Amor".

Estive a rever dois episódios riquíssimos em tramas e pude percebê-lo. Isso se deve não só à novela mas como ao receptor. Nós também envelhecemos, colectamos mais experiências e então interpretamos as mensagens da história através da sensibilidade de um maior número de nervos sensitivos.

Quando "Por Amor" foi para o ar "Milena" era a personagem que mais atraia as jovens da minha geração, sendo que muitas se inspiravam nela para viver as suas relações amorosas. Pessoalmente não cheguei a esse ponto. Até porque a beleza de "Por Amor" é ser rica em todas as histórias de todas as personagens. Em comum com "Milena" só tive um pouco da sua situação familiar - decerto a parte não invejável por entre aqueles que admiravam a personagem e copiavam o seu estilo de "moleca" adulta. Esta característica rica da novela é o que lhe faculta uma áurea itemporal. Em "Por Amor" são explorados temas de uma variedade surpreendente. Isto permite a qualquer indivíduo se identificar com vários pontos da trama, por já ter passado, estar a passar ou poder vir a passar por situações idênticas ou semelhantes. Eis alguns dos assuntos explorados:

1) A família Dupla - nas figuras de Sirléia, Catarina e Nestor
(veja em:
http://br.youtube.com/watch?v=2xebPwM0_dc)
2) Abuso Psicológico a filhos - nas figuras de Branca, Milena, Leonardo e Marcelo
3) As Amantes - na figura de Isabel e Sílvia
4) O homossexualismo no casamento - nas figuras de Virgínia e Rafael
5) O amor Doentio - Na figura de Laura
(ver em:
http://br.youtube.com/watch?v=ApIT_iNJG90)
6) Amor Maternal - em Helena
(veja em:
http://br.youtube.com/watch?v=AdnZdPtL3Pk)
7) Atração pelo marido de amiga - em Flávia
8) Imaturidade no Casamento - em Marcelo e Eduarda
(ver em:
http://br.youtube.com/watch?v=R-Kg4D9op4E)

Considero todos estes tópicos interessantes para serem debatidos. O modo como o autor nos apresenta estes quotidianos é feito de uma forma tão natural que é mesmo necessário reflectir. Sirléia, por exemplo, a mulher que aceita a traição do marido por ter 50 anos, não trabalhar e para isso ter sido educada, necessita de ser "acordada" pela jovem filha, aqui interpretada de forma ainda muito crua por Carolina Dieckman. Até mesmo a mãe, D. Leonor, aconcelha-a a relevar, porque todo o homem trái. E assim o autor explora este tópico atravessando-o pelas gerações. É muito inteligente.

Laura é uma personagem toda especial. A vilã da história não passa de uma doente com uma obsessão: Marcelo. Ela anula-se, não tem auto-estima, só sabe funcionar naquele modo. Mas é um óptimo empecilho entre a relação de Eduarda com o marido. Por sua vez, este casal jovem e imaturo, consegue passar a mensagem do que é um casamento nesses parâmetros. A interpretação dos actores está bem conseguida, na medida em que, mesmo a brigar e no meio de um divórcio litigioso, ambos conseguem passar ao espectador a atracção mútua que sentem, dando assim esperanças que talvez dali a uns tempos os dois se acertem.
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Isabel e Sílvia são as amantes. Mas diferentes. Uma é independente e totalmente dedicada ao trabalho, sendo uma profissional bastante eficaz, que ás tantas se revolta com a sua condição de solteira mal amada, lutadora, trabalhadora mas pobre e decide viver as regalias de amante. Uma personagem interessante, bem interpretada por Cássia Kiss a quem o autor fornece diálogos fascinantes. A outra chegou a essa condição ainda menina, ao engravidar de um homem mais velho, casado e com filhos, acabando por aceitar com normalidade o que o destino lhe colocou na frente. Não lhe faz impressão dividir um homem com a esposa, nem saber que este almoça numa casa e janta noutra.
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Temos também a fascinante e assustadora história de Rafael e Virgínia. Formam o casal perfeito. Com demonstrações de afecto e carinho constantes, um casamento duradouro, filhos adolescentes, dinheiro e um negócio bem sucedido. Mas quando o marido decide se aposentar, Virgínia não vai tê-lo só para si, para viverem ambos a sonhada aposentadoria de luxo e conforto com que muitos sonham. Rafael esconde de si mesmo um segredo e é nessa altura da vida que o deixa sair do armário, ao conhecer e se entregar a um amor homossexual. A família vai sofrer muito com o desmoronar de tudo o que conheciam até então. Finalmente, o amor que Helena sente pela filha. Um amor protector e altruísta. Helena é mesmo o tipo de mãe que se põe diante de um camião para ser atropelada no lugar da filha. E assim sendo, quando esta sofre o trauma de perder o filho recém-nascido e ver as suas trompas laqueadas em consequência do parto complicado Helena, que está também a ter outro filho, opta por assumir a maternidade do nato-morto, colocando o irmão nos braços da irmã para ser criado como filho. Quando o casamento de Eduarda e Marcelo está a extinguir-se, a custódia da criança é muito disputada e Helena vai sofrer várias acusações e privações das quais não consegue se aliviar.

Ainda temos Flávia, melhor amiga de Helena que não consegue disfarçar a atracção que sente pelo marido desta, sendo que aproveita a oportunidade assim que os dois se separam. E finalmente surge Branca. A grande matriarca da família do núcleo nobre (pobre só empregada né?). Branca dita as leis em casa. Tem uma preferência óbvia pelo filho mais velho, Marcelo, a quem trata bem e mima incondicionalmente. De resto, trata mal o marido e os restantes dois filhos, Milena e Leonardo. Se faz de tudo para fazer a filha se sentir inútil, o mesmo faz com o filho e o marido. Aliás, tudo o que faz é semear a discórdia e o conflicto, minando a auto-estima de Leonardo com constantes observações de pura maldade e recusando os gestos afectuosos e carentes do filho. Milena já está numa fase mais evolutiva na sua relação com a mãe. Ela não procura mais o seu afecto nem aprovação. Só quer ser livre e feliz e é exactamente isso que a mãe não permite ao conspirar contra o seu namoro. Branca "mina" a relação entre os elementos da própria família, fazendo com que o pai se mostre também tendencioso em relação aos filhos e fazendo com que os próprios filhos sintam entre si uma diferença de valor. A maneira como Marcelo trata os irmãos revela isso mesmo.

"Por Amor" é uma novela recheada de histórias perturbadoras. Todas bem escritas, bem executadas e representadas, que se desenrolam num cenário requintado e de luxo, talvez para equilibrar com um pouco de glamour as tramas que se desenrolam na vida de todas estas personagens.
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Ora veja lá um pouco e delicie-se:




Faça o DOWNLOAD complecto da excelente Banda Sonora desta novela em:
http://rapidshare.com/files/15577787/Por_Amor_Nacional.rar

1 FEED-BACK -DEIXE OPINIÃO:

sandro grendene 15 de outubro de 2011 às 05:57  

Costumo dizer que foi a ültima grande novela feita no Brasil, com a melhor protagonista Regina Duarte e uma trama realmente envolvente, ainda que, em 2007 voltei a vê-la na Espanha, por um canal latino americano, dublada ao castelhano, e me pareceu bastante lenta (o romance de Milena com o piloto do helicóptero era muito chato). Mas ainda assim é um folhetim como Deus manda. Pelo menos o ültimo grande folhetim do século xx, porque no séc xxl, eu já nao vivia naquelas terras tupiniquins e pelo que li, ouvi e vi (pelo youtube) a única novela digna de nota da última década foi Celebridade.

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