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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Diferentes culturas - Caminho das Índias

Uma coisa que me incomoda nas novelas de Glória Perez é a elevação das qualidades da cultura que explora. Compara-a com os hábitos ocidentais e arrasa sempre com estes últimos. Os outros são sempre melhores em tudo: mais ligados à família, ao espírito, ao corpo, aos bens, etc...
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Nem oito, nem oitenta. Todos sabemos os "males" de toda este liberalismo. Mas e que tal realçar o bem? Na novela "O Caminho das Índias", os pobres ocidentais perdem sempre quando comparados aos indianos. Quando confrontados, baixam a cabeça e concordam: eles não fazem as coisas bem! Tsc, tsc! (ou melhor: Are Baba! - pois os ocidentais não têm problemas em assumir expressões de outras culturas)
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Mas vamos à razão deste post.
Existem muitas diferenças entre culturas e mais ainda entre sociedades. Portugueses e Brasileiros, por exemplo. Brasileiros e Americanos, por exemplo. E por aí adiante...
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Hoje no capítulo que passou, duas coisas chamaram a minha atenção. Ravi fica espantado por perceber que, no Brasil, os pais podem não assistir ao casamento da filha, se esta estiver longe e não haver dinheiro. Depois, Duda regressa desolada de um encontro com Raj e, quando questionada sobre o paradeiro do filho "António", diz que este está na rua com a babá.
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Quais as diferença entre esta realidade e a portuguesa? Todas!
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A pesar de sermos um povo católico, são poucos os praticantes. Mas quando se trata de casamentos, somos tradicionais. Vamos todos à igreja e gostamos de reunir a família toda. Até pode acontecer que ninguém, dos noivos aos convidados, pratique o catolicismo e só entram em igrejas para os casamentos. Ainda assim, é um ritual que se cumpre com satisfação, pois permite reunir toda a família. É a oportunidade certa para voltar a ver rostos há muito afastados e para conhecer novos também. Os álbuns de fotografias da maioria dos lares por todo o país, todos têm a tradicional foto de todos os convidados e familiares na escadaria da igreja, com os noivos ao centro. A verdade é que, em Portugal, o "costume" da família não estar presente num casamento, é tão raro quanto acertar no euromilhões.
Outra coisa rara na cultura portuguesa é essa presença quase mandatória de babás no seio das famílias. O que é isso? Nas novelas, surgem a torto e a direito! As coitadas nem parecem ter vida própria. Obrigadas a usar um uniforme e a trabalhar que nem escravas. É estranho: são mulheres que cuidam dos filhos de outras mulheres e, no entanto, a relação entre as duas é fria e comercial.
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Aqui as famílias aturam-se até a morte... (perdoem o trocadilho). Os pais andam sempre com os filhos de um lado para o outro. É vê-los aos fins-de-semana com as crianças nos hipermercados. No máximo, tentam encontrar um familiar ou outro pai com quem revesar a vigilância das crianças. Mas isso de contratar alguém, pagar para educar e criá-los, é muuuito raro. Claro, temos a creche, a escola, os tempos livres... onde as crianças ficam enquanto os pais trabalham. Mas essa figura substituta, sem laços de sangue, contratada para estar dentro de casa, isso é muito raro por aqui. Nem discuto se é bom ou não. Acho até que não é muito vantajoso para os pais e para a estrutura familiar, se os membros não conseguirem "uma folga" de si mesmos, de vez em quando. Mas isso não implica a necessidade da presença diária de outra mulher a criar a criança, para além da mãe. Aqui somos mesmo super-mulheres!
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No Brasil parece que qualquer um tem uma babá mal a criança acaba de ser parida. E o que é pior: parece existir um "acordo" que dita o que a funcionária deve fazer, que atravessa um pouco a linha do que aqui uns considerariam inaceitável. A babá parece trabalhar muito sem direitos alguns, quase nunca folga, ganha uma miséria e está sempre a dizer "sim, senhora", "não, senhora", "é para já senhora", dentro daquele uniforme de serviçal. E ainda assim, tem estatuto em relação a outras coisas que podia estar a fazer...
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Ainda não entendi se na Índia, as empregadas domésticas também fazem as vezes da babá. Mas ao menos, como são famílias numerosas, existem muitos para as educar, o que não desgasta tanto a mãe ou o pai. Em Portugal, é costume as avós ficarem a cuidar dos netos. É uma grande diferença cultural. Porque a avó tem um laço de sangue. A criança fica na casa da avó e não na casa da família entregue a uma empregada contratada. Outra diferença que considero brutal é que, segundo as novelas, parece que as mães que não trabalham são as que mais têm babás. Ou seja: as babás parecem estar ali para os filhos de mulheres que precisam de ir ao salão de beleza...
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Desculpem qualquer coisinha e reflictam nestas ideias de última hora ...

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novelista 14 de julho de 2009 às 20:50  

Sou como que obrigada a achar que é como se mostra nas novelas. Agora, falta um brasileiro esclarecer a questão!

Em Portugal as «amas» são recordadas até à geração seguinte. E nem têm esse «nome». É só «a mulher que cuidou de mim como se fosse uma mãe» - pelo menos a minha sempre falou assim da senhora que costumava ficar com ela para a minha avó ir trabalhar.

Era como se fosse da família. Tão estimada ou mais. Fazia parte do almoço de Natal. A sua casa era visita obrigatória quando era pequena. E ainda hoje lembro dela com muito carinho, pq assim que nos via queria sempre oferecer alguma coisa... e dava-me um brinde do Bolo-de-Rei! Gardava-os o ano todo, se necessário fosse, para oferecer quando a fossemos visitar. Não tinha nada, coitada, sempre podia dar isso.

Agora os bolos já não têm brindes.

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